Cambé e Ibiporã, que fazem parte da Região Metropolitana de Londrina, estão registrando números que apontam para a desaceleração da pandemia de coronavírus. Em Ibiporã, as últimas sete semanas foram de casos positivos de Covid-19 decrescentes. Entre 24 e 30 de maio, por exemplo, foram 331 confirmações. Já entre o dia 5 de julho e a última segunda-feira (12) foram 111, redução de 66% em quase dois meses.

Na avaliação da secretária de Saúde de Ibiporã, o avanço da vacinação é um dos fatores responsáveis pelo arrefecimento da doença. “Temos mais de 22 mil pessoas vacinadas, com grupo de risco liberado (para vacinar), população em geral por faixa etária”, destacou Leiliane de Jesus, também citando a manutenção de decretos restritivos. “O município optou por manter a ocupação de 30% nos estabelecimentos. Pode ter sido outro ponto factível para minimizar”, acrescentou.

A pasta também tem notado o declínio dos casos suspeitos e óbitos. Em maio, pior mês da pandemia em Ibiporã neste ano, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) atendia acima de 130 pacientes mensalmente com suspeita ou confirmação de síndrome respiratória. Mas recentemente a média decaiu para 30 a 50 moradores por mês. “Não estamos com crescimento nos números, mas seguimos em alerta. Qualquer descuido nos cuidados e aglomerações podem fazer com que corramos riscos”, frisou.

O município está vacinando o público a partir de 40 anos e a expectativa é abaixar para os 38 anos nos próximos dias, com a possível chegada de uma mais uma remessa de imunizantes. Já foram vacinados com uma dose 22.051 ibiporãenses, o que representa 39% da população total e 60% do público adulto vacinável.

CAMBÉ

Com aproximadamente 107 mil habitantes, Cambé tem visto uma diminuição acentuada nos casos confirmados no último mês. Na segunda semana de junho foram contabilizados 266 registros, enquanto que na segunda de julho, entre os dias seis e 12, foram 107. “Acredito que os números estejam caindo em virtude da vacinação, que é eficaz. Antes, dos testes que mandávamos para o laboratório, aproximadamente 50% vinham positivos. Agora, a taxa de positivação é em torno de 20%, 25%. Reflexo da vacinação e da adesão da população”, afirmou Adriane Bertan, secretária de Saúde.

Outro fator que tem se apresentado favorável, tendo como pano de fundo o efeito da vacina, é o índice de internação de idosos, um dos primeiros públicos-alvos a receber as doses. De acordo com dados da secretaria municipal da Saúde, mais da metade dos pacientes internados (53,7%) em abril tinham mais de 60 anos. Em junho este percentual recuou para 27,6%. Os óbitos desta faixa etária também caíram. Há três meses, os mais velhos correspondiam a 76,2% das mortes pelo coronavírus e em junho 44%.

Nesta quarta-feira (14) foram vacinados os moradores a partir de 39 anos. Ao todo a prefeitura já aplicou 60.869 doses.

ALERTA CONTINUA

Se por um lado as estatísticas animam as autoridades das cidades, por outro a atenção continua. As secretárias ressaltaram que a pandemia segue fazendo vítimas e que não é hora de relaxar, até como forma de evitar uma terceira onda da doença. “Só vamos conseguir vencer a pandemia se toda a população permanecer com distanciamento, utilizando máscara, higienizando as mãos e, claro, com a vacinação”, elencou Adriane Bertan, de Cambé.

“Temos que reforçar que as pessoas não se sintam seguras apenas com a primeira dose (e sim com as duas) e que não queiram escolher qual dose receber. Vacina boa é no braço e é o que vai evitar a evolução da doença na forma grave. Acreditamos que com as pessoas conscientes, independentemente da fabricante da vacina, não teremos terceira onda, contando também que não haja mutações do vírus”, pontuou Leiliane de Jesus, secretária de Ibiporã.

ROLÂNDIA

Na contramão dos dois municípios, Rolândia tem uma oscilação na curva de casos positivos da Covid-19, levando em consideração as últimas sete semanas do ano. A cidade fechou a última semana de maio com 91 registros, porém, a quantidade aumentou nas duas semanas seguintes. Nos últimos 15 dias os números de novos doentes reduziram para um patamar abaixo de 100 novamente, no entanto, houve crescimento entre a semana retrasada e a passada, indo de 69 para 88.

Rolândia já aplicou 35.571 doses dos imunizantes até terça-feira (13), sendo 26.206 de primeiras doses e 9.365 de segundas. A reportagem não conseguiu falar com a secretária municipal de Saúde.

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