Crime impulsionado pelo mercado ilegal de cobre, o furto de fiação motivou na terça-feira (26) uma operação realizada em Londrina para coibir esse tipo de ação criminosa. A ação reuniu 72 pessoas das polícias Civil e Militar, da GM (Guarda Municipal) e fiscais da prefeitura.

Além de combater os furtos e a receptação de materiais de cobre, a operação também mirou os chamados “gatos” de energia elétrica.

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em ferros-velhos e outros sete de fiscalização. Cinco pessoas foram presas em flagrante: duas por furto de energia elétrica, duas com cobre oriundo de furto e a quinta por receptação de uma moto roubada.

"São estabelecimentos comerciais que a legislação cobra que tenham cautela maior para que não adquiram produtos de origem ilícita ou suspeita. O receptador adquire produto de quem subtraiu na rua, paga preço barato, essa pessoa pega o dinheiro e vai comprar drogas. Isso fomenta o tráfico, roubo e homicídios”, alertou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Fernando Amarantino.

Ao todo foram apreendidos uma tonelada de fios de cobre queimados, centenas de metros de cabos telefônicos, bicos de mangueira de incêndio e diversos aparelhos celulares. A investigação vai continuar, segundo as autoridades policiais.

Em outubro do ano passado, a Conexis Brasil Digital, entidade que representa as principais operadoras de telefonia e internet do país, divulgou que os roubos e furtos de cabos de telecomunicação haviam crescido no Brasil e atingido patamar recorde nos seis primeiros meses de 2023. De janeiro a junho de 2023, quase 2,9 mil km de fiação foram furtados no país, o equivalente a 16 km por dia.

O volume de cabos furtados/roubados nesse período é suficiente para cobrir a distância entre as cidades de São Paulo e Belém, no Pará, e superou em 23,5% as ocorrências registradas no mesmo período de 2022, quando empresas do setor contabilizaram perda de 2,3 mil km de cabos.

Além do prejuízo a empresas privadas e públicas, o furto de fiação afeta milhares de pessoas todos os anos no Brasil, que ficam impossibilitadas de acessarem serviços de telefonia, internet e TV por assinatura.

Mirar nos receptadores certamente terá efeitos positivos. Pois os ladrões não terão para quem revender. Necessário também que a comunidade colabore com as autoridades competentes, denunciando irregularidade e ações de criminosos.

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