A dengue tem um padrão sazonal em que o aumento do número de casos geralmente acontece entre os meses de outubro de um ano e maio do ano seguinte. As notificações de casos vêm desacelerando no país desde a chegada do outono e agora no inverno, mas infelizmente as notícias sobre a doença continuam bastante preocupantes.

Na terça-feira (25), a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) divulgou o novo boletim epidemiológico semanal da dengue. O Paraná registrou mais 20.678 notificações, 20.610 novos casos da doença e 13 óbitos. Entre as mortes está a de uma menina de 13 anos, sem comorbidades, que residia em Sertanópolis (Região Metropolitana de Londrina). O falecimento ocorreu em 25 de maio. Neste período epidemiológico, que começou em julho de 2023, Sertanópolis, cuja população é de cerca de 13,6 mil habitantes, tem 391 casos de dengue e três óbitos.

A Sesa também confirmou a morte de uma recém-nascida de um dia, que morava em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Estado. Outros óbitos, que ocorreram entre 14 de março e 31 de maio, foram registradas em Marechal Cândido Rondon (3), Cascavel (2), Cruzeiro do Oeste, Icaraíma, Mariluz, Umuarama, Nova Santa Rosa e Toledo.

Ao todo, desde o início deste período epidemiológico, o estado contabiliza 881.228 notificações, 526.503 casos e 473 mortes em decorrência da doença. A Regional de Saúde de Londrina é a que tem mais casos confirmados em números absolutos, com 64.208 diagnósticos, seguida pelas regionais de Cascavel, com 62.045, e de Francisco Beltrão, com 60.150. A Regional de Saúde de Londrina também registra o maior número de óbitos, com 86 mortes. Depois vem a Regional de Cascavel, com 74 mortes, e a de Francisco Beltrão, com 65.

A chegada do inverno não deve reduzir a prevenção com a dengue, principalmente porque esse último ano epidemiológico foi extremamente trágico para a doença. Dados do painel de monitoramento de arboviroses divulgados pelo Ministério da Saúde contabilizam 5,9 milhões de casos prováveis de dengue e 3.910 mortes confirmadas pela doença ao longo de 2024.

A epidemia de dengue é um problema que extrapola a sazonalidade. A atenção do poder público e da população não pode se restringir aos meses quentes e chuvosos. A saúde pública é um bem coletivo e para que haja proteção da maioria é preciso que cada um faça a sua parte.

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