O Ministério da Saúde ampliou o público-alvo da vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos. Se a medida tem um lado positivo, de proporcionar o imunizante para mais pessoas, por outro lado mostra que a adesão à campanha está baixa. Adultos responsáveis por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos não estão respondendo ao chamado do Ministério da Saúde.

A ampliação da faixa etária prioritária foi autorizada pelo governo federal para evitar perdas de estoques de vacinas que estão próximas do vencimento. Doses com validade até 30 de abril poderão ser aplicadas, preferencialmente, em crianças e adolescente de 6 a 16 anos.

No entanto, no Paraná a campanha vai prosseguir para os moradores de 10 a 14 anos. De acordo com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), “a orientação do Ministério da Saúde refere-se somente a doses que vencem em abril e o Paraná não possui doses com este vencimento”. “As vacinas do Estado têm dois vencimentos: 30 de junho e 12 de janeiro de 2025”, destacou à FOLHA.

Nos outros estados em que há risco de perder as doses por vencimento, fica a critério dos gestores municipais estender a imunização para pessoas de 4 a 59 anos, que é o limite etário especificado na bula da vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Segundo o MS, a modificação da estratégia é temporária, em razão da data de vencimento das vacinas. Mas quem se vacinar nesse cenário, terá sua segunda dose garantida.

Em Londrina, foram protegidas com a Qdenga 9.466 crianças e adolescentes desde fevereiro. Ainda estão à disposição nos postos de saúde 3.738 doses. Não há necessidade de agendamento e é preciso levar apenas documento de identificação.

A vacina contra a doença tem aplicação em duas doses, com intervalo de 90 dias entre a primeira e a segunda. Balanço desta semana da secretaria municipal de Saúde contabiliza 14.620 casos confirmados de dengue em Londrina somente neste ano. O número é cerca de 10% maior que o informe anterior. No total, são 36.582 notificações para a doença em 2024, com 8.213 descartadas e 13.749 ainda em análise. Não foram registrados novos óbitos, que se mantêm em 20.

É sempre importante lembrar que embora exista a vacina contra a dengue e seja importante que todos que fazem parte do grupo prioritário sejam imunizados, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas transmitidas pelo mosquito.

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