O período crítico para incêndios florestais no Paraná é de julho a setembro, mas o número de ocorrências neste ano de 2024 mostra que temos com o que nos preocupar. De janeiro deste ano a meados de junho, a média de registros está em 25 por dia, enquanto em 2023, no mesmo período, eram 15 ocorrências diárias.

No ano passado, foram registrados 5.597 incêndios florestais no Paraná. Neste ano, até 13 de junho, foram atendidas 4.116 ocorrências do tipo. A Folha de Londrina traz reportagem neste fim de semana (22 e 23), na Folha Rural, sobre os problemas para o meio ambiente e os prejuízos que a união dos fatores tempo seco e fogo podem causar no campo.

Técnico do Sistema Faep/Senar (Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Néder Maciel Corso lembrou que "em condições mais severas, de baixa umidade relativa do ar e temperaturas acima do normal (como a que estamos verificando neste mês de junho), os incêndios florestais podem provocar prejuízos consideráveis relacionados a perdas materiais, ambientais e até risco de morte (animais silvestres e seres humanos)”.

Entre os efeitos dos incêndios em áreas rurais, o técnico cita a destruição de nascentes de água, a redução da fertilidade do solo, acidentes com a rede elétrica e o aumento da poluição do ar, condição que pode causar ou agravar problemas de saúde, como doenças pulmonares e alergias respiratórias.

Ele ressaltou ainda que no período de estiagem severa e muito calor, "uma simples fagulha do motor de maquinário sem manutenção adequada, em contato com o capim seco, pode dar início a um princípio de incêndio”.

No Centro-Oeste do Brasil, o Pantanal vive um dos maiores dramas de sua história, com número de focos de incêndios em 2024 já superando o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas em todo o bioma.

De janeiro a junho, as queimadas no Pantanal são 8% maiores em comparação com 2020. Especialistas vêm alertando já há alguns meses para o fato de a região poder enfrentar neste ano uma temporada de fogo devastadora. Em 2020, cerca de 26% do bioma foi consumido pelo fogo durante vários meses.

A prevenção e o controle de incêndios florestais precisa estar com urgência entre as prioridades das autoridades brasileiras porque as mudanças climáticas aumentam de maneira exponencial os riscos deles acontecerem com rápida propagação.

É necessário pensar em programas realmente efetivos de gestão de riscos para incêndios florestais e campanhas de conscientização para que o país consiga lidar com essa ameaça cada vez mais crescente.

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