Em 2020, a pandemia da Covid-19 trouxe a educação a distância, conhecida pela sigla de EAD, para o cotidiano de estudantes e professores e, ao que tudo indica, a modalidade veio para ficar, pois não para de crescer.

Dados do Mapa do Ensino Superior de 2022, levantamento feito anualmente pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo) apontou um aumento de 50% de formandos no EAD no Paraná desde a pandemia, de 23.661 para 35.532 concluintes.

Ainda segundo a pesquisa, o número de estudantes que acessam às plataformas digitais para graduações em cursos a distância cresceu mais de 40% no Paraná entre os anos de 2020 e 2022. Por outro lado, as salas de aulas entre quatro paredes estão mais vazias nas universidades do Estado. O Mapa do Ensino Superior revelou uma tendência de esvaziamento das salas dos cursos presenciais nas instituições paranaenses.

Segundo o levantamento, o número total de estudantes matriculados nos cursos presenciais era de 333 mil universitários no Paraná, o que representa uma queda de 11,5% no período, que também registrou que o número de ingressantes caiu 15% no Estado, que totalizou em 2022 cerca de 100 mil novos alunos na modalidade presencial. No EAD, mais de 150 mil estudantes ingressaram no ensino remoto no ano passado.

A Folha de Londrina ouviu especialistas em educação para analisar esse novo cenário. Há um reconhecimento que as ferramentas tecnológicas mudaram não só as aulas a distância como também as graduações presenciais, pois as novas gerações estão muito familiarizadas e utilizam intensamente a tecnologia no processo de aprendizagem.

Há muitas vantagens no EAD como a flexibilidade de tempo e espaço, sem necessidade de horário fixo ou de deslocamento, dando oportunidade até para as pessoas que moram em localidades de difícil acesso fazerem um curso superior. Mas há uma preocupação com a qualidade das aulas, com a qualificação dos professores e com os modelos pedagógicos.

Preocupação que ganha corpo quando se analisa que grande parte dos cursos de graduação para formação de docência acontecem, hoje, no formato EAD. Assim, especialistas cobram que o MEC (Ministério da Educação) regulamente e desenvolva processos de avaliação e fiscalização para essas modalidades.

É claro que a interação professores e alunos em uma sala de aula real é muito valiosa. Mas nem por isso podemos estigmatizar o EAD como de qualidade inferior. Mesmo porque há fatores externos que podem influenciar no desempenho dos alunos em ambiente virtual, como a familiarização dos estudantes com a informática.

O ensino a distância tem uma utilidade importantíssima, já mencionadas nesse texto. Mas é preciso que os envolvidos nesse processo, entre eles o MEC, cumpram o papel de evitar queda na qualidade da educação.

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