São Paulo - O número de desalojados por causa das tempestades no Rio Grande do Sul dobrou nesta quinta-feira (9), de acordo com a Defesa Civil. Boletim divulgado pela manhã mostrava que havia 164.583 pessoas que tiveram de deixar suas residências por causa da inundação e foram para a casa de parentes, por exemplo. No início da noite, a quantidade saltou para 327.105 vítimas nessa situação.

O estado chegou nesta quinta à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã e confirmada às 18 horas. O número de mortos pode aumentar nos próximos dias, pois há um total de 134 desaparecidos e há um óbito em investigação.

A quantidade de feridos também dobrou na comparação entre os dois boletins. Pela manhã havia 374 pessoas. No início da noite eram 754. Outras 68.519 pessoas da chuva estão em abrigos montados para socorrer as vítimas que não têm para onde ir.

Há ao menos 379 mil pontos sem energia e 452 mil sem água no Rio Grande do Sul em decorrência das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da última semana.

As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 327 mil alunos foram impactados. Até esta quarta (9), eram 954 escolas afetadas, 426 danificadas e 75 servindo de abrigo.

O nível da água do Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre, caiu 10 centímetros nas 24 horas entre a manhã de quarta (8) e de quinta-feira (9). Às 6h desta quinta, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), a altura estava em 5,04 metros.

Esse é o menor nível desde o último sábado (4) mas, ao mesmo tempo, segue acima do limite. Ruas e avenidas da capital gaúcha continuam alagadas na manhã desta quinta.

Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.

A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.

CAVALO

O resgate do cavalo ilhado no telhado de uma casa em Canoas, no Rio Grande do Sul, mobilizou internautas e influenciadores. O animal foi retirado do local na manhã desta quinta-feira (9) por voluntários e bombeiros de São Paulo com o uso de um bote.

Nas redes sociais, artistas, voluntários e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanharam a situação do animal. Segundo o capitão Tiago Franco, um dos socorristas, o planejamento começou ainda na noite de quarta (8) e a sensação é de felicidade e dever cumprido pelo clamor da população.

"Foi uma operação complicada, o cavalo estava a aproximadamente 4,5 quilômetros do início da enchente e a busca demorou", explica. "O resgate atendeu ao clamor geral nas redes sociais e a equipe está aliviada por ter dado tudo certo e ele ter sido resgatado com vida e saudável. Agora ele está no hospital e vai ser observado pelos veterinários."

Junto com os bombeiros estava também uma equipe de veterinários, a fim de auxiliar na contenção do animal. Para poder deitar na balsa, ele foi sedado.

O médico veterinário Leonardo Castro diz que o cavalo foi contido com uma anestesia geral. "Realizamos a contenção física e química para que ele pudesse ser colocado na balsa e, a partir daí, levado ao hospital veterinário. Agora ele está recuperado da anestesia e em plena condição clínica."

Por meio de sua conta oficial no X (antigo Twitter), Lula afirmou que estava apreensivo ao ver as imagens do cavalo no local e foi avisado pela primeira-dama sobre o resgate. Rosângela da Silva, a Janja, disse que o animal recebeu nome composto e vai se chamar Valente Caramelo. "Obrigada a todos os envolvidos nesse resgate. Sim, estou feliz para caramba e me sinto parte disso."