Movimento estudantil faz ‘arrastão do plástico’ no campus da UEL
Foram recolhidos cerca de 15 sacos de resíduos descartados incorretamente
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sábado, 20 de abril de 2024
Foram recolhidos cerca de 15 sacos de resíduos descartados incorretamente
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local
Um grupo de cerca de 20 pessoas se reuniu na manhã deste sábado (20) para participar de um mutirão de limpeza no campus da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Organizado pelo movimento estudantil Desplastifica UEL, o primeiro “Arrastão do Plástico” buscou recolher e dar destinação correta aos resíduos sólidos descartados no entorno do Calçadão.
No total, foram recolhidos 15 sacos de resíduos, sendo que a maioria era plástico. As bitucas de cigarro, que são consideradas rejeitos, também foram encontradas com frequência no mutirão, que começou às 8h e seguiu até por volta das 11h.
Marcello Gorla, 19, aluno do primeiro ano de Psicologia e membro do Desplastifica, explica que o movimento visa eliminar o plástico de uso único no campus. Esse trabalho envolve ações como o mutirão deste sábado e atividades de conscientização, caso do Desplasticine, que exibiu um documentário sobre os problemas causados pelo plástico.
“A ação de hoje é exatamente para isso. Além de conseguir limpar um pouco o campus do plástico, que está sendo descartado incorretamente, criar essa conscientização ampla, esse engajamento para que as pessoas vejam o quanto isso está impactando as nossas vidas”, afirma Gorla, que ressalta que as atividades são multidisciplinares e envolvem as comunidades interna e externa da instituição.
Quem também acordou cedo e enfrentou a manhã gelada foi a professora Ana Célida da Silva, 49, que está fazendo o curso de Geografia na UEL. Ela avalia que o cenário atual é preocupante, com muito plástico sendo jogado no campus. “Precisa ter uma solução para tudo, tanto para os animais silvestres [que acabam revirando as lixeiras] quanto para as pessoas, que tem que ter mais educação e um senso crítico”, diz.
Já a estudante de Administração Maria Eduarda Siqueira Ferreira, 21, destaca que o mutirão mostra como os alunos têm independência e podem trazer impactos positivos para o ambiente universitário.
“Isso em diversos aspectos, seja ambiental ou social. Mostra que a gente está junto e consegue fazer mudanças”, ressalta. “Esse arrastão é muito importante para mostrar que os estudantes têm força, que a gente consegue se reunir.”
Todo o material recolhido neste sábado será repassado para uma cooperativa de reciclagem de Londrina. E os rejeitos e materiais orgânicos serão descartados adequadamente.
‘CUIDAR DO LUGAR’
A professora Lilian Aligleri, coordenadora do Ninter (Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Resíduos), um dos principais parceiros do Desplastifica, ressalta que a ação dos estudantes tem como aspecto central a sensação de pertencimento. “E de sentir que a gente pode fazer alguma coisa pelos lugares onde estamos e passamos”, acrescenta.
Aligleri lembra que o plástico é resistente à degradação e polui o ambiente.
“Esse primeiro mutirão vem para também atender um pouco e ser uma resposta ao Dia da Terra, que vai acontecer em 22 de abril, quando se comemora o Dia da Terra como essa grande casa da vida humana”, citando que, na semana que vem, o tratado contra a poluição de plásticos terá novas discussões no Canadá. “[Há] vários estudos comprovando impactos grandes e severos à saúde humana, porque [o plástico] vai se acumulando nos organismos.”