Chico Buarque, um dos grandes nomes da música brasileira, faz 80 anos nesta quarta-feira (19) mantendo o carisma junto aos fãs e outros artistas.

Gilberto Gil, da mesma geração de Chico, disse que o cantor "parece ainda muito jovem, com a cara bonita, os cabelos agrisalhados e bem penteados, o sorriso mais aberto e - talvez - mais franco", em mensagem em que parabeniza Chico.

"Que a vida lhe deu espaço generoso para fazer muito de tudo que ele quis inventar. Ele, até hoje, caminha quase todo dia e joga futebol quase toda semana. Tem que estar em ótima forma e vai estar ainda por muito tempo", acrescenta Gil, que conheceu Chico na adolescência.

"E eu irei gostar dele cada vez mais, gostando dele igual, como da primeira vez quando ele ainda não tinha vinte anos! Parabéns meu oitentão querido."

Com sua música, Chico retratou solavancos e retrocessos do país com coerência política e depuração estética, em um cancioneiro que transformou a música brasileira.

Pouco mais de cinco anos depois de lançar seus primeiros compactos, nos anos 1970, se tornou um sucesso comercial estrondoso e uma unanimidade na crítica musical.

Parceira de Chico Buarque na turnê "Que Tal um Samba", Mônica Salmaso lembrou músicas marcantes do artista em homenagem aos 80 anos do artista.

"Milhões de pessoas pensam em você, te querem bem e, como eu, são gratas porque aprenderam a sentir, foram consoladas, representadas, acolhidas, deram nomes a experiências humanas de compreensão do outro e caíram na real te ouvindo", escreveu a cantora, uma das principais intérpretes das canções de Chico.

Mônica disse que aprendeu sobre dores fundas que não entendia completamente ao ouvir músicas como "Pedaço de Mim", "Cálice" e "Uma Canção Desnaturada", que fazem parte do repertório clássico do cantor e compositor.

A cantora mencionou também "Geni", dizendo que, com a música, aprendeu sobre empatia e a tristeza da maldade humana.

"Senti que era estranho como se comportavam as mulheres de Atenas, sem gosto ou vontade (antes de eu saber o que era Atenas)", continuou.

Mônica citou também "Todos Juntos", canção de "Saltimbancos" que ela cantava na abertura dos shows da turnê.

"Aprendi que juntos somos fortes e que parte da cidade dormia junto comigo fazendo escala musical com os Saltimbancos", disse.

Para ela, ouvir Chico ajuda a sobreviver em um mundo com muitas doenças de espírito.

"Você segue deste tamanho, um norte certo, lidando com a observação dessa terra redonda que já deu tantas voltas, anda de ponta cabeça, mas que ainda tem beleza (até nas humanas dores)".

Mônica chamou o amigo de "chiquérrimo" ao desejar feliz aniversário.

Em "Que Tal um Samba", a cantora interpretava as seis primeiras músicas do espetáculo e outras ao longo do show lado do cantor.

Antes disso, já havia gravado um álbum totalmente dedicado ao artista, "Noite de Gala, Samba na Rua" (2007), que incluiu "Beatriz", um dos grandes sucessos da turnê.