O DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) prepara uma licitação para o transporte intermunicipal do Estado. Atualmente, as empresas que operam o serviço público entre cidades não têm concessão e nem contrato, que está vencido há anos. “Todos os serviços de transporte do Estado, originalmente, eram concessões. Com a Constituição de 1988 foi proibida a renovação. Desde lá o Estado tenta fazer a licitação, mas por diversos motivos foi impedido”, explicou Maria Elizabete Bozza, coordenadora de Transporte Rodoviário Comercial do órgão.

O departamento usará como base da futura concessão o Plano de Mobilidade Intermunicipal, que começou a ser elaborado em janeiro deste ano em parceria com a Fundação de Estudos Econômicos da Universidade de Santa Catarina. O prazo para término é de 22 meses. Nas próximas semanas, serão iniciadas pesquisas de origem-destino e demanda reprimida junto aos passageiros nos terminais, para que os usuários avaliem o sistema e apontem sugestões.

Paralelamente estão sendo realizadas consultas públicas para obter opiniões que possam contribuir na elaboração do plano. Nesta terça-feira (18), a audiência foi em Londrina, na sede do IDR-PR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná). Os encontros vão acontecer até o final de novembro em Maringá, Umuarama, Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Apucarana e Curitiba.

Segundo Bozza, a ideia do Estado é criar um sistema de transporte tronco-alimentador entre as linhas metropolitanas e rodoviárias. “É um sistema mais barato, que permite uma utilização melhor dos veículos. A intenção é que todos os municípios tenham transporte intermunicipal público, mesmo com conexão”, explicou. Um exemplo seria um morador de Cambé (Região Metropolitana de Londrina) descer direto na rodoviária de Londrina e do local embarcar para Curitiba.

TRABALHO CONJUNTO

O prefeito de Cambé participou da audiência e defendeu um trabalho colegiado para solucionar o problema do transporte intermunicipal. “Não é possível cada município resolver o problema de forma individual. A ausência de comunicação técnica entre municípios e Estado é o que está provocando a falta de resolutividade”, pontuou Conrado Scheller. Uma das sugestões discutidas na reunião foi a elaboração de um termo de cooperação técnica entre as cidades, Casa Civil e DER-PR.

Cambé está fazendo uma consulta pública sobre a qualidade do transporte coletivo municipal, com objetivo de mapear a realidade do serviço e coletar sugestões que possam compor a revisão do Plano Municipal de Mobilidade Urbana. “Se cada município resolver seu problema e cumprir a legalidade, quem vai pagar será o trabalhador, que terá que desembolsar por duas passagens ou mais caro. Não dá para Cambé resolver o problema, já que existe o transporte intermunicipal.”

TERMINAIS

A futura concessão deverá ser dividida em lotes. “A principal diferença na concessão seria trazer novos modais e formas de integração. Na Região Metropolitana de Londrina não existe integração igual em Curitiba. Para fazer isso, que é bom para o usuário e torna o sistema economicamente mais rentável, precisamos ter terminais rodoviários e sistemas urbanos integrados”, comentou Maria Elizabete Bozza.

O órgão estadual já identificou a necessidade de quatro terminais metropolitanos na região. Em Londrina, o projeto é para que a estrutura seja construída na avenida Leste-Oeste, em frente ao Terminal Central. “As empresas que estão operando (o transporte intermunicipal) vão continuar até a nova licitação. Não tem muita forma de mexer (atualmente), porque não tem contrato, nem estudo. Com a nova licitação tudo será diferente: novos modelos, novas integrações e possiblidade de atendimento diferenciando.”

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