A secretaria municipal de Saúde confirmou nesta semana mais três mortes em decorrência de dengue. As vítimas fatais foram dois homens, de 50 e 80 anos, e uma mulher, de 76 anos. Todos tinham doenças pré-existentes do coração. Dos 16 óbitos por dengue neste ano em Londrina, nove os pacientes possuíam doença cardíacas, como hipertensão, cardiopatia e insuficiência. Ou seja, 56% do total de falecimentos.

Isso faz com que além da dengue em si, pessoas com doenças do coração também tenham que se preocupar com o tratamento que já fazem para os males que atingem um dos principais órgãos do corpo humano. O cardiologista Laercio Uemura explica que pessoas com insuficiência cardíaca, por exemplo, precisam tomar cuidado com a desidratação, mas também com a hidratação excessiva. “O principal tratamento contra a dengue é a hidratação. Mas como esse paciente tem a função do coração diminuída, repor um volume grande de água pode descompensar o coração”, detalha.

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Pacientes que já tiveram infarto e fizeram angioplastia coronária e usam ácido acetilsalicílico – aspirina -, para “afinar” o sangue”, também demandam de atenção redobrada. “Dependendo da fase em relação a infarto, a pessoa ainda utiliza outros medicamentos que inibem a ação das plaquetas. Na dengue as plaquetas diminuem, somado aos remédios, aumenta o risco de sangramento desse paciente”, destaca.

Por outro lado, suspender os medicamentos pode deixar o doente mais exposto a quadros de infarto e angina. Por isso, o especialista indica que o correto é fazer acompanhamento. “Os pacientes com cardiopatia têm probabilidade maior de formas mais graves da dengue. Quem tem insuficiência, boa parte precisa internar quando tem dengue para avaliar o quanto pode receber de soro. Quem utiliza aspirina, só o médico pode orientar”, pontua. “O melhor caminho é prevenir e evitar a dengue”, frisa.

O médico afirma que a dengue promover uma complicação de forma direta no coração é mais difícil. “A dengue levar à inflamação do coração, miocardite, é pouco frequente, somente em casos graves”, comenta.

CASOS CONFIRMADOS

O informe municipal sobre o panorama da dengue confirmou mais 1.916 casos da doença em uma semana, somando agora 9.545 registros somente em 2024. Foram notificados desde janeiro 25.334 casos, com 6.117 descartados. Estão sob análise 9.672. Seguem duas positivações para chikungunya, sendo que uma é importada, ou seja, o morador adquiriu em outra cidade.

VACINA

Londrina aplicou em pouco mais de um mês 7.978 doses de vacina contra a dengue em crianças e adolescentes. O número representa 60% do público-alvo, que vai de 10 a 14 anos. Seguem em estoque 5.226 imunizantes. A vacinação é gratuita e acontece em todas as UBS (Unidades Básicas de Saúde), sem necessidade de agendamento.